Hoje (que é como quem diz ontem, que já passa da meia noite) e depois duma tarde/noite de contracções, lá fui eu estrear as idas ao hospital nesta gravidez (na da Mariana por esta altura já tinha ido 3 ou 4 vezes). Não podia esperar até amanhã para ir ao meu obstetra porque estava realmente preocupada com estas contracções todas, durante estes dias todos.
Depois de muito tempo à espera porque estavam a fazer cesarianas de empreitada (só no tempo que a funcinária de atendimento lá estava, já tinham nascido 7 meninas), entrei para triagem. Perguntas e xixi no copo (da praxe) e lá estava a sra enfermeira a tentar reconfortar-me. Tão simpática e compreensiva que estranhei. Mais um tempo de espera e lá me chamaram porque se tinham esquecido de me medir a tensão. Depois de dar duas vezes 170/99, lá nos lembrámos que as mangas talvez estivessem a apertar-me o braço e fosse essa a causa. Era. 11/7 (um pouco mais alta que o costume mas mais normal que os 170/99).
Depois de mais um tempo de espera lá me chamaram. Duas médicas, uma delas estagiária. Depois das perguntas da praxe passaram à observação. Colo do útero muito posterior mas fechado e não amolecido (Para já, como fez questão de frisar a médica. Porque para o caso mudar de figura não é preciso muito tempo). Falou-me nos riscos de aborto que corro ainda nesta fase se não diminuir a actividade e disse-me que tinha o útero demasiado contraído. Com um tónus muito, muito aumentado. Depois lá andou à procura de ouvir o coração do bebé mas não estava fácil (tenho placenta anterior). Eu já estava em pânico. Até que de repente lá se começa a ouvir o batimento rítmico do meu bebé (Mesmo que não percebesse nada do assunto, os olhos da médica estagiária diziam tudo. Também ela parecia respirar de alívio).
Depois lá me disse que tinha que fazer 2 comprimidos de magnesona, três vezes ao dia, dois de progesterona, três vezes ao dia e o folicil também. Que com esta contracção uterina tinha que diminuir a actividade e não andar de carro, estar em pé ou sentada muito tempo. Não fazer força, nem passar a ferro, varrer,... (entretanto desliguei porque me parecia que basicamente me aconselhava para não fazer nada).
Já mais tarde disse-me que não devia ter relações sexuais (como se isso me passasse pela cabeça com estas dores). Que o marido tinha que compreender (Bem se vê que não nos conhece... mas acredito que haja maridos que não sejam como o Pedro).
Perguntou-me se na outra gravidez já tinha esta profissão. À resposta afirmativa torceu o nariz. Aconselhou-me novamente e disse para me portar bem. Desejou-me sorte.
Saí de lá felicíssima por o meu bebé ter o coraçãozinho a bater e por ter sido tão meigamente observada e tratada. Mas apreensiva por estar ciente que esta saga ainda agora começou (ainda mais cedo que da Mariana) e que esta vida neste momento depende de mim. Apreensiva também porque se mal aguentava os vómitos e o cansaço quando tomava um comprimido de progesterona, como vou aguentar dois? E o pior, o que vou fazer à minha vida? Como é que vou conseguir conciliar descanso com trabalho?
Esta noite vai ser de reflexão. Prometi a mim mesma se me mandassem descansar nesta gravidez, não ia arriscar como na da Mariana. E tenho que cumprir.
Assim, a chegar às 17 semanas estou (não?) oficialmente de repouso. E ainda falta tanto. Este meu útero é mesmo parvo...
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