segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Como se fosse comigo

Como temos uma espécie de parque infantil em casa da minha mãe, não costumamos frequentar muito os públicos. Na nossa cidade temos dois muito bonitos. Ontem a tia R. ligou-nos a dizer que vinha cá ao parque e decidimos encontrar-nos.
De repente só vi uma miúda a cair duma altura de perto de 2m, de costas, em cheio no chão. Uma queda como acho que nunca tinha visto ao vivo. O pai levanta-a imediatamente e claro que a miúda caiu para o lado. Ficou inconsciente, enquanto a mãe em pânico se aproximava. A R. (em pânico também, quem não ficou?) pediu-me que fosse lá ajudar. Enquanto o pai da criança ligava ao INEM, fizemos o pouco que se pode fazer nestas situações.
Foram muito rápidos a chegar e afastei-me sem sequer conseguir dar uma palavra de coragem àquela mãe. A miúda muito agitada só gritava com dores. Tinha o meu nome e 9 anos.
Só me imaginava no papel daquela mãe. E fiquei muito abalada. O resto do dia não me saiu da a imagem da queda. Não sei o que se passou a seguir. Mas dormi muito mal. Hoje ainda estou muito afectada. Porque também sou mãe. Porque lhe vi o desespero enquanto a criança estava inconsciente. Porque "vivi" tudo o que deve ter passado pela cabeça daquela mãe. Porque a criança estava mesmo aflita.
Sinto aqui um aperto como se tivesse sido comigo. Nem sei explicar porque estou tão abalada. Mas estou. E só espero que a criança esteja bem e a mãe possa finalmente respirar de alívio.

1 Comments:

At 14/2/08 01:58, Blogger Dianamãe said...

Há mesmo coisas que só se conseguem "visualizar" quando passamos a fronteira da maternidade... mesmo quando não é connosco dói-nos... e o aperto no estômago é angustiante...


jinhos

 

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