domingo, fevereiro 28, 2010

Disparates delas

As minhas filhas fazem coisas tão estranhas como comerem a mesma massa esparguete, uma em cada ponta. E não, não fui eu que as ensinei. (Ainda se tivesse sido a fingir que rodamos uma roldana em cada orelha enquanto a massa é sugada...). De certeza que foi o paizinho cá de casa. Pela forma como olhava para elas, eu era capaz de apostar...

Etiquetas: ,

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

25 de Fevereiro



Há uns dias via uma foto de nós 5, no Mónaco. Lembraste? Estavas gira e sorridente. Tinhas 34 anos. Tinhas apenas mais um ano do que eu tenho agora, e já tinhas três filhas. Eu com 13 anos. Elas com 10 e 9. O meu pensamento começou a divagar. Aqueles tempos. Éramos tão felizes. E tu eras ainda uma menina. Uma menina coragem. Três filhas já crescidas, uma carreira bem sucedida, tantos amigos... Como é que eu alguma vez poderia ousar seguir-te os passos? Ser como tu? Tu que és única. E não penses que é de agora. Sempre soube que eras uma força da natureza. A forma como sempre enfrentaste os desafios. O que a vida te tirou... Não é justo que uma pessoa que nos ama como tão bem sempre soubeste fazer, fosse assim posta de lado. Do trabalho, da vida, dos amigos.
Fizeste 55 anos hoje. Estivemos todas. Sorriste muito e ris-te. Com aquele riso teu. Aberto. Sincero. Sentido. Como quem não culpa a vida por ser demasiado madrasta. Serena-me essa tua paz. Mas perturba-me saber que podia ainda dar mais por ti. Como sempre fizeste por mim. Amanhã tentarei ser ainda melhor.
Parabéns mamã. Amo-te muito.

Etiquetas: ,

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Os dias

A meio da tarde ligaram-me do infantário a dizer que a Matilde estava com 38,7 º C. Há pelo menos duas ou três horas que não me acontecia nada, e eu até já estava a estranhar a falta de emoção.

Etiquetas:

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

O ano de 2010 no seu melhor...

Andava a dormir pessimamente mal. a miúda só queria mamar. Mas o pior começou no sábado, dia 13. Levantar cedo rumo a Lisboa. Chegar e esperar eternidades. Por um exame tipo gincana. Quatro minutos, toca campaínha, entrar numa sala. Muitos nervos. Toca a campaínha. Trinta segundos. Mudar de sala. Troca a campaínha. Quatro minutos. Para pensar e agir. Rapidamente. Assuntos díspares. Toca a campaínha. Trinta seguindos. Outra sala. Quatro minutos. Catorze vezes, assim. Saí de rastos. O examezão do curso, segundo dizem. Feito mas com muito cansaço. Domingo aliviou um pouco a falta de descanso. Na segunda a Matilde estava doente. Na terça, clausura e nem fomos ver o Carnaval. a Mariana ainda se mascarou mas a Matilde não quis. Saímos só para ir a casa da minha mãe.
Outro exame a meio da semana que era suposto ser às 9.30. Às 14 horas ainda eu esperava, cheia de fome e nervos. Deveria começar a trabalhar a uma hora e meia de distância às 14. Fui comendo restos de açúcar que tinha no bolso de um qualquer pacote que se tinha rompido. Não podia sair dalí nem para comer. Fiz o exame que "não acertou tudo, mas como tem muito boas noções de XXXX (o assunto do exame) vai ter 1X (a nota do costume). ao menos isso. Com tantos nervos, ainda bloqueei e não acertei tudo. Porque terá sido?
Fui a voar para o trabalho, visto que tinha uma pessoa que ia de táxi desde a sertã às 15 horas. Só esperou um bocadinho. A tarde decorreu mais ou menos normalmente.
Na sexta de manhã, soube que a minha mãe tinha ido para o hospital nessa madrugada (a minha irmã viu-me tão cansada que só me disse no dia seguinte). Fui lá ao hospital falar com os médicos e parti para Coimbra para trabalhar. Ela estava apenas em observação. Estava cansada mas bem. Quando cheguei de Coimbra fui lá e o médico disse-me que ela teria alta daí a umas 3 horas. Estava bem. Fomos ao CPM. Ligaram para a irmos buscar ao hospital. Quando chego lá, que ela estva na pequena cirurgia. Pensei que se tinham enganado. afinal não. tinha-na deixado cair da maca. Que fizera um golpe que tinha que ser suturado, na cabeça. Quando cheguei ao pé dela estava muito confusa. Cheia de sangue. Falei com o médico. Que era da queda. Foi uma confusão.
Nem sequer queriam registar a queda. Que tinha sido depois da alta. Pelo bem dela e da minha sanidade mental, decidi assumir o risco de a trazer mesmo assim. Sem equilíbrio para andar. Confusa. Cansada.
Eram 4 da manhã quando chegámos a casa. No dia seguinte nem queria acreditar quando o despertador tocou às 8 para eu ir trabalhar (Sábado). Tinha que estudar à tardinha mas decidi ir dormir. Olhei para o espelho e vi uma pessoa que parecia desenterrada. Olhar fixo, morto, esbugalhado. Era melhor descansar. Assim, fiz. A mamã foi melhorando, mas ainda muito sonolenta. Toda negra, com um hematoma maior que a orelha na cabeça e um golpe gigante no couro cabeludo.
No domingo estive a tentar estudar as mais de 1200 páginas que devia saber de trás para frente, hoje no exame. E tirar fotos para um trabalho da Mariana. E tantas outras coisas. Dormi mal esta noite, com a miúda atracada à mama. Acordei cedo rumo a Lisboa. Fiz o exame que deve estar passado. Sem a nota do costume, que também não sou assim tão ambiciosa. Fui para fazer uma preparação para um exame prático como estava combinado e fui literalmente mal tratada pela prof. Como se não tivesse sido ela a sugerir o esquema. Muitos nervos. Muitos lances de escadas subidas e descidas, muita falta de açúcar (os nervos dão-me para isto) e algumas lágrimas. Faço tanto esforço todos os dias. Para ser humilhada só porque ela estava mal disposta. A falta de respeito devia ser punida. Fiz a preparação, ainda na incerteza do que vai acontecer. Saí de Lisboa noite escura com um temporal e filas. Cheguei bem. Mais descansada mas exageradamente cansada. Seis braços à minha espera. Calor de um amor que me move para não desistir. Quando estou muito para além do meu limite. Amanhã é outro dia. Onze horas de trabalho devem dar para repôr energias. Entretanto há mais para estudar também. E tanto trabalho atrasado. Sempre a queixar-me, é o que é...

Etiquetas: , ,

terça-feira, fevereiro 16, 2010

Matilde

Telefona-me uma amiga em pânico, que a filha teve um pequeno incidente e ela não sabe o que há-de fazer. Nada de grave, acalmo-a. Desligo o telefone. A piolha (que estava a mamar), tira a boca da mama e pergunta com um ar "quem é que me está a incomodar a refeição":
-" Quim éia?" (Quem era)
-" Uma amiga da mamã."
-" Ah, amiga."- como quem diz, então assim está bem...

Etiquetas:

De amanhã

O que tiver que ser será. Se não tiver que ser, é porque era melhor assim. Boa sorte.

Etiquetas:

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Não é que alguma vez me vá esquecer, mas... (1º internamento e espero que último...)

Esta noite teve muita tosse. Notava-lhe também alguma dificuldade respiratória. Ventilan. Melhorou mas não passou a minha aflição. Bem acordada, relembrei aqueles dias. No internamento. Quando fui levar a Mariana à escola e fui com ela directamente ao SAP. Costumo ligar para o saúde 24. Não havia tempo. Nem era preciso auscultá-la para perceber que havia roncos em tudo quanto era pulmão. Esperei pouco para sermos chamadas. O suficiente para entrar uma mãe duma amiguinha do infantário que trabalha lá e ir mimá-la. Logo à entrada da consulta, a típica simpatia da médica que nos atendeu. A tirar as conclusões dela, à maneira dela. Expliquei bem que ela andava desde há umas três semanas ora melhor, ora pior. Que tinha dias em que estava bem. Que apenas tinha tido dificuldade respiratória desde o dia anterior mas tinha melhorado com o Ventilan. Mas que de manhã estava a piorar e que o Ventilan parecia não estar a resultar. Descrevi todos os sintomas detalhada e cronologicamente. Queria lá saber se a médica queria embirrar e dizer que ela estava com aquele dificuldade respiratória há 3 semanas. Era a interpretação dela. Eu bem sabia que a minha menina não estava bem e só queria que lhe fizessem a oximetria para me descansar (ou não). Finalmente percebeu e começou a consulta de novo. Com outra simpatia. Explicou-me que devia ter ido directamente ao hospital (e quando vou, alguém diz que devo ir sempre ao Centro de Saúde, mas enfim...)
Fui a "correr" com ela e com a carta. Quinze longos minutos. Não havia estacionamento. Estacionei demasiado longe. Aflita com ela ao colo e um saco com o Ventilan e aerochamber, fraldas, roupa, comida, brinquedos e afins. Como se um sexto sentido me dissesse que íamos precisar de tudo aquilo. Ela aflita, mas sempre com a Kitty, um cão e um bebé na mão. Eu aflita de esforço (de carregar aquilo tudo) e nervos. Sem telefone. Avariado, sem bateria. Um novo, ainda sem bateria também...
Chegámos, entreguei a carta da médica e ao fim de 20 minutos de comunhão de germéns com "dezenas" de crianças que lá estavam, levantei-me e fui perguntar se demorava ainda muito. Estava aflita, ela. que havia um problema com o computador e o nome dela podia até nem estar. Ia ver. Começam a chamar-nos. Entramos e a enfermeira e a estagiária que nos atendem, cairam do céu. Doces, calmas, eficazes. Que nem era preciso auscultá-la (mas fizeram-no, claro). Noventa e cinco de oximetria. 37,7º C. Ben-u-ron. assim que ouve essa palavra, começa a berrar:
-"Cocó mau, não. Não mamã."
Começa a admiração das enfermeiras (que ainda não tinham visto nada). Uma delas vem ajudar-me. Pulseira laranja (uma estreia, que dispensava) e ela a tentar arrancá-la. Disseram-nos que não fossemos lá para fora. Que esperassemos nas cadeiras dos meninos mais urgentes, que entraríamos de seguida. Só tive tempo de lhe arrancar a pulseira (que ela não parava de gritar que não a queria) e dar-lhe mama (entretanto era a hora que ela costuma almoçar na escola). Sentença: 3 máscaras de salbutamol e rosilan (onde é que eu já tinha visto aquele filme...). Perguntei se havia mais algum relógio na sala de espera, que aqule estava avariado. Disseram-me que visse as horas no telemóvel. Mas eu não tinha. Começo a imaginar: ela aos gritos, a fugir, três (máscaras) de tortura. Sempre a perguntar as horas para ver se já tinham passado os 20 minutos... Mas não. Nas máscaras esteve sempre sentadinha no meu colo. Meia prostrada mas atenta à história que lhe lia. Ia falando, fazendo perguntas e apontando. E havia outro relógio no lado de obstetrícia (era só levantar-me e ir espreitar). Depois da primeira máscara pergunto se não lhe dão o Rosilan e ninguém sabia de nada. O computador não funcionava. Andavam com papelinhos a perguntar o nome às pessoas. Mas que esperasse. Até que me perguntam se ela toma bem remédios. Claro que sim. Temos que fingir sempre que lhe damos também, todos os dias quando a Mariana os toma. E quando são os dela, pede sempre mais "umédio". Preparam o medicamento e eu digo que posso dar-lhe numa colher como costume. Que não é necessário seringa, que ela toma tudo bem. Mas ainda vou a tempo de perguntar se não lhe adicionam nada. Aquele é veneno. Quando a Mariana o tomou lá, acrescentaram chocolate. Que ela é pequena mas que lhe podem pôr groselha. E dar-lhe um chupa-chupa (Hello, ela tinha 18 meses, mas pronto, sempre dava para brincar...). O que quiserem desde que ela continue fã dos "umédios". Nada de lhe mostrarem que há "umédios" horríveis. Claro que para me contrariar começou a dizer que não queria e foi difícil dar-lho. E eu sempre com ela ao colo, saí e tentei ligar ao Pedro dum telefone de moedas. Atendeu uma colega, que ele estava ao telefone, não podia atender. Expliquei-lhe em breves segundos que estava no hospital com a Matilde e que lhe queria apenas pedir que ele passasse por lá à hora de almoço. Que não tinha mais moedas. Ela disse-lhe para ele atender que era mais ou menos urgente e ele atendeu-me com 3 pedras na mão. Depois lá percebeu a urgência. Saí de lá a chorar. Percebi que as máscaras não estavam a resultar. Nervos. Cansaço. Não tinha dormido nada e estava exausta. Ela olhou para a lágrima que teimava em correr e dizia-me:
-" Não chóia mamã. Páia." (Não chora mamã. Pára)
Eu lá lhe tentei mostrar que não estava a chorar. O Pedro chegou e fomos tentar dar-lhe comida no restaurante do hospital, que ela tinha passado a noite e a manhã toda a mamar. Deu o showzinho da fama dela. Pôs "toda a gente" a olhar para ela e a sorrir. Estava eléctrica. Mas não comeu nada. Só queria água e (o meu) colo. Fizemos a última máscara e esperámos. Esperámos. Esperámos. Ninguém nos chamava. Decidi entrar e perguntar. Explicar que estava cansada porque ela de 5 em 5 minutos queria mama e se podíamos ir para casa para ela descansar (só queria colo). (E mesmo assim, a certa altura desisti de andar coma tralha toda atrás, bonecos, sacos e casacos, que já não aguentava a minha coluna). Que tinha que esperar. Que ser mãe exigia sacrifícios (que engraçadinhas, a ensinar a missa ao papa). Eu lá fui pensando que exigia sacrifícios mas não era esperar por médicos que tinham ido almoçar e dormir a sesta. Mas calei-me. Apenas disse que sempre que tinhamos ido lá fazer o mesmo tratamento, nos chamavam no máximo depois de 30 minutos após a última máscara. Que ela estava a ficar incontrolável com a espera (tinha fome e precisava de dormir). E aqui já eu tinha perdido a esperança de ainda conseguir ir a Lisboa tratar de uns assuntos que precisava mesmo de tratar nesse dia. Ela não estava bem o suficiente para eu a deixar com alguém.
Entretanto a médica chamou-nos. Auscultou-a. Eu já tinha reparado que ela ainda não estava mesmo bem, mas como costumam mandar para casa e ir vigiando, nunca me passou pela cabeça o que a médica diria a seguir.
-" Esta rapariga não está nada bem. Vai fazer mais 3 máscaras. Aguarda pelo menos uma hora e volta depois."
Pensei em ir ter com o Pedro para lhe dizer, mas só a ideia de a pôr e tirar do carro várias vezes, fez-me mudar de planos. Já tinha os braços cansados. Estávamos já a entrar pela tarde e desde o início da noite que a tinha nos meus braços. Subi até ao carro e ficámos lá a brincar. Mudei-lhe a fralda, tentei dar-lhe um iogurte (tive que o comer eu) e fomos brincando. Descansei uns minutos os braços e passado uma hora e pouco fui novamente para o hospital para ela fazer as outras três máscaras. Com moedas restantes do almoço liguei ao Pedro a dizer para ele passar lá assim que saísse do trabalho.
Fez mais três e embora estivesse sempre mais ou menos sossegada, na última já tive que andar atrás dela com a máscara. Quando entrou a enfermeira estava eu de joelhos a segurar-lhe a máscara até onde o fio esticava. Começava a fase da electricidade novamente...
(Continua)

Etiquetas: ,

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

A Mariana no seu melhor

A irmã deixou cair-lhe um bocadinho de iogurte para cima das calças dela:
-" Estou toda cagada."
What???? (Dito aos gritos mas em casa, menos mal...)

Nunca tinha falado em namorados nem nada do género. No domingo estivemos numa festa com meninas mais velhas:
- "Mamã, o meu namorado é o Diogo e vou casar com ele.
-" Ó filha, antes dos 5 anos não."
-" Sim, mamã. É amanhã."
-" Amanhã não que eu ainda não tenho vestido para levar. Não queres que a mamã vá linda?"
Já que não me deixam ser a irmã da noiva, ao menos serei a mãe...

Etiquetas:

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Carnaval

A Mariana feliz. Ontem foi médica (e a felicidade dela...), hoje Minnie, amanhã será cozinheira (o bolo, fê-lo com o papá Pedro hoje, para levar). Na segunda será "borboleta". Tudo material caseiro. Só gastei 1 euro e pouco nas orelhas da Minnie. Na sexta irá com a roupa escolhida pela escola. Gastei nessa, tudo o que poupei nas outras.

A mais pequena olhou para o fato de anjo que tirei do armário (e que tinha sido da irmã) e desviou a cara como quando tem medo. Quando viu que eu arrumei o dito fato, olhou em frente confiante e disse:
-"Ponto, já tá."
Muito medo tem esta cachopa. E eu estou descansada, que ela não quer nada com máscaras.
Quando viu a irmã mascarada:
-" Tão uinda manha."
Quando lhe perguntei se também queria:
-" Nhão."

Da fatiota de Carnaval escolhida pela escola, muito haveria a dizer. Para registo apenas, a Mariana vai mascarada como todos os amigos, mas a Matilde não. Em protesto. Por outro Carnaval. Mais criativo, mais deles, menos dispendioso.

Etiquetas:

Saídas (engraçadas) dela

-" Mamã, a primeira pessoa, como é que foi a primeira?"
Eu na minha inocência, pensava que tinham estado a falar disso na escola.
-" Não mamã. Eu quero saber como é que nasceu a primeira pessoa."
Eu muito aflita, pedi ajuda ao pai, que naquela altura não me surgia nada de concreto para lhe explicar. Só me lembrava que tinha que lhe dar uma explicação simples mas correcta.
Até que o pai me disse para lhe mostrar a evolução da espécie. Falei-lhe do aparecimento da terra, das bactérias, e da evolução do homem desde os australopitecos. Expliquei-lhe que eram uma "espécie de macacos". Quis repetir a palavra "australopiteco" imensas vezes.
Depois perguntou:
-"Mamã, a avó Lurdes é mais velha?"
-" É filha."
-" Então é o macaco".
Lá lhe falei da evolução de milhões de anos e ela:
-"Então como é que avó Lurdes nasceu?"
Depois de lhe explicar quem eram os meus avós, disse-lhe que estavam no céu.
-" Estão morridos, mamã?"
Engoli em seco. Era a primeira vez que íamos falar de morte. Acenti (e corrigi-a, claro). Se nós também íamos morrer. Claro, quando formos muito velhinhos. Vi-lhe o pânico nos olhos. Reforcei que era só quando fossemos muito velhinhos.
- " E depois, o que é que acontece?"
Seguiu-se a explicação que os familiares estão no céu estão a olhar por nós. A proteger-nos.
-" Então já abriram os olhos?"
?????
-" Sim..."
-" Então, o avô Emídio já abriu os olhos."
Veio o momento de lhe explicar quem foi o avô Emídio. E tudo o que significa para nós.
Perguntou-me quem eram os meus avós.
-" Então eles eram os macacos."- (E ela a dar-lhe).

Etiquetas:

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Desde a leitura do índicie que pensei que ele tinha melhorado

O Pedro vai fazer um exame amanhã, pelo trabalho. Tem estado a estudar num programa duma página criada para o efeito. Eu vi-o a tentar entrar na página e parecia-me aflito por não conseguir (tão ingénua que eu sou...). Tentei também neste computador e passado pouco tempo conseguimos entrar. Uns segundos depois:
-" Azar do caraças."- disse ele.
-" Então que foi? Não dá outra vez?"- perguntei eu na minha inocência.
- "Dá. Eu é que estava aqui tão descansadinho e assim vou ter de ver isto..."
E passado um bocado:
-"Porra, então não é que isto funciona mesmo?"
No comments...

Etiquetas:

19 meses


Amo-te muito, princesa.

Etiquetas:

Maravilhas da amamentação

-"Matilde, queres papar a carne?"
-"Não. Quero mamotas (mamocas)."
Às vezes não é tão directa:
-"Xenta mamã, xenta."-já sabe que se me sentar consegue levantar-me a camisola e pôr-se a jeito.

Enquanto mama:
-"Dá cá mão."- que é para ir trilhando enquanto me suga toda.

Etiquetas:

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Fresquinha

-" Olhó zanho. É Maiana. Uau." (Olha o desenho. É Mariana. Uau.)

Veste o casaco (que ela escolhe) e diz:
-"Tão uinda. Uau."

-"Matilde, a mamã é feioca ou linda?"
-" Feioca."
-" E a Matilde é linda ou feioca?"
-" É uinda."

Com esta não vou ter problemas de auto-estima.

Etiquetas:

Anda zangada com os cocós

Sempre que nos vê na casa de banho:
- "Fieste cocó?" (Fizeste cocó?)- pergunta ela com um ar de quem está a ralhar...
-"Não. Fiz xixi."
-" Fieste xixi."- e vai embora toda contente

-" Buuuu, cheia mal a cocó"- enquanto lhe mudamos a fralda.

Etiquetas:

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Recadinho à tia I. (2)

A Mariana, a Matilde, a Patrícia e o Pedro gostam muito de ti (mesmo que tenhas cozinhado o nosso peixinho preferido quando estávamos no hospital). E já agora, deixa de ser invejosa e querer ir sempre para o hospital quando nós vamos também (ao menos tivesses aproveitado a boleia para cá). Rápidas melhoras, que tens muito para fazer por nós. Adoramos-te.

Etiquetas: ,

Recadinho à tia I.

Querida tia I.: a mim parece-me muito mal que me apanhes pelas costas e faças para o jantar o peixinho com arroz de tomate e salada como eu tanto gosto. Ainda para mais eu estava frágil e indefesa no hospital. Mas claro que podes sempre redimir-te. E eu tenho uma ideia muito boa de como podes fazê-lo. Beijinho.

Etiquetas: ,