Na 5ª feira quando fui com o Pedro passear, ao sair do carro percebi que não conseguia andar muito bem. Tinha uma dor (que me parecia ser muscular) na zona inferior da virilha. Na 6ª feira a dor voltou, de tal forma que à noite não conseguia pôr o pé no chão e tinha muita dificuldade em andar. Decidi ir ao hospital pois o meu obstetra não está na clínica � 6ª feira. Pensei que se fosse uma dor muscular talvez fosse melhor tratar para que no parto conseguisse colaborar e fazer força (com aquela dor era impossível). Entrei supostamente só para fazer a triagem porque a sala estava cheia. Afinal mandaram-me logo para fazer CTG e esqueceram-se de mim lá durante 1 hora e tal (e o Pedro à espera a pensar que eu ia só fazer triagem). Pelos vistos estavam muitas grávidas em trabalho de parto. Ouvia os médicos e enfermeiros a ir e vir e a comentar. Mas ninguém me ligava. A Mariana não parava de se mexer. A dor começou a apertar e como estava a fazer CTG não me podia mexer. Estava a desesperar. Finalmente a enfermeira foi lá mas olhou para o registo e saiu novamente. E eu continuei a desesperar. Até que vi o médico a passar: o único que uma vez me tratou mal naquele hospital. Eu já tinha dito ao Pedro que como era 6ª feira que provavelmente seria ele. Fiquei logo enervada. Finalmente lá fui ser observada. A mesma história de sempre: este bebé está muito descido. Realmente eu senti o toque de uma maneira diferente: parece que não foi tão "profundo". Eu acho que ele nem ligou ás minhas queixas. Perguntou-me se morava perto, visto que com o bebé assim e com aquele registo podia entrar em trabalho de parto a qualquer momento. Eu fui lá para confirmar e medicar uma dor muscular... O diagnóstico foi parto eminente... Perguntei se podia ir a Montemor trabalhar. Respondeu-me ironicamente que havia muitas maternidades pelo caminho. Perguntou-me se o meu bebé tinha sido programado e à resposta afirmativa replicou:" Então e esqueceu-se de programar tempo para descansar? Não acha que deve fazer isso pelo seu menino? A sua mãe também já o fez por si. Porque é que está com essa cara? Coração ao largo. Se nascer agora já não terá problemas." Para se redimir disse-me os sinais aos quais devia estar atenta e ir imedietamente para o hospital. Como se não soubesse. Perguntou-me quando era a próxima consulta no meu obstetra e disse-me que já não chegava a ir. Tratou-me como uma anormal. Apetecia -me dizer-lhe que não tenho um menino, que não conhece a minha mãe de lado nenhum , e que por acaso ela deu aulas até ao fim de tempo e começou a trabalhar 15 dias depois de eu nascer. Sei que ele até pode ter razão mas não está lá para se meter na minha vida. Vim com a dor à mesma e a chorar de raiva. O Pedro quando me viu até ficou a pensar que se passava alguma coisa. Até me disse: "Mas está tudo bem, porque estás a chorar?" Só sei que quero ter tempo de chegar a Coimbra quando a minha filha nascer. Se antes do parto visse este médico acho que me enervava logo. Desta vez ele não foi antipático, mas falou comigo como se eu fosse a filha de 5 anos e ironicamente conseguiu por-me de rastos. Talvez sejam só as minhas hormonas a falar mais alto mas não consegui controlar-me. Hoje não fui a Montemor. Desmarquei tudo. Confesso que me soube bem descansar. Segunda feira provavelmente só vou ver urgencias se me sentir bem e terça provavelmente já não vou. A partir daí vou descansar. A minha filhota já está a fazer muita força e eu já tenho contracções mais dolorosas e menos espaçadas. Sei que provavelmente não chegará ao fim a minha gravidez. Mas sempre o soube e por isso é que andei a tomar relaxantes uterinos desde a 32ª semana. Mas agora também já não é grave. Preferia que ela nascesse já com as 38 semanas pois terá mais defesas mas aguardo-a quando ela quiser vir conhecer-nos. Eu estou ansiosa por a abraçar e mimar.