segunda-feira, junho 20, 2005

Pai versus mãe

Este blog nasceu "das mãos" do Pedro. Lembro-me de ficar muito entusiasmada por estar grávida mas não saber muito bem se queria ou não partilhar esta felicidade na net. Sempre fui muito céptica em relação a modernices embora tenha "conhecido" o Pedro pela internet. A minha irmã ajudou-o e incentivou-o a criar e manter este blog. Eu vivi esta gravidez até ás 14 semanas aterrorizada. Já tive muitas "surpresas" ao longo da minha vida e sinceramente tive sempre muito medo que esta gravidez não fosse até ao fim. Começou mal quando suspeitaram ser uma gravidez ectópica apenas às 6 semanas. A gravidez continuou e eu sempre ansiosa. Um dia à noite deparei com o cenário que tanta vez tinha imaginado: uma pequena mancha acastanhada às 10 semanas (corrimento) que me levou à cama 10 dias no Natal e passagem de ano. Eu que sempre tinha imaginado que se passasse grávida algum Natal seria uma alegria porque adoro o Natal. Lembro-me de chorar sozinha a pensar que iria perder o meu pimpolho (tenho remorsos de ter chamado assim a minha Mariana mas na altura era assim que a tratava!). Lembro-me de estar a tomar hormonas e completamente derrotada pensar que alguma coisa tinha que correr mal. Tinhamos conseguido engravidar à 1ª tentativa mas estivemos a um pequeno passo de perder esta gravidez, este bebé. O Pedro sorriu quando eu chorava e apoiou-me enquanto eu estava a deixar-me derrotar. Foi, como sempre, um grande apoio. Embora tenhamos passado muito tempo a conversar sobre o que vai mudar, eu fui ao longo da gravidez deixando aquele sentimento de só saber ser filha para querer muito ser mãe. Nalguns momentos vacilei. Sempre fui filha e ser filha é tão bom. Ainda preciso tanto da minha mãe a todos os níveis que o meu egoismo não me permitia ver-me como mãe. Até que há 9 meses atrás decidimos que estávamos preparados para este passo e decidimos começar a tentar. Só desde aí compreendi que é possível ser mãe e ser mimada e acarinhada como filha também. Às 13 semanas com a 1ª eco das 3 principais comecei realmente a viver esta gravidez. Sempre muito a medo mas com uma confiança que aumentava de dia para dia. Aos poucos comecei a querer partilhar a nossa história, a desabafar, a conhecer outras histórias tão diferentes mas quase sempre com as mesmas dúvidas e medos. Passei a visitar os vossos blogues diariamente e a "cobrar" quando alguns blogs ficam sem actualização muito tempo. Ganhei outra família. Embora não conheça ninguém pessoalmente e se calhar quase ninguém saiba quem somos( eu, o Pedro e a Mariana), esta família de babyblogs tem sido importante para mim. Comentamos entre nós sempre que nasce um bebé e falamos como se sempre tivessem pertencido à nossa família. O Pedro retirou-se um pouquinho de escrever porque diz que eu tenho mais jeito para contar as nossas histórias. Tenho pena porque adorava ver a mesma história, a nossa história, escrita por ele. Sei que para ele este momento é como para mim um misto de emoções que ele se tem mostrado à altura. Sei que não me vai desiludir e vai ser o melhor pai do mundo para a minha filha. Um pai como o meu papá foi para mim. Sei que ele deve também tal como eu ter momentos de grandes dúvidas e medos e que se não os partilha tanto comigo é para não me preocupar. As pessoas dizem muita vez que a nossa relação vai mudar e para aproveitarmos os últimos momentos "sozinhos" porque são os melhores. Também me diziam que o namoro era muito melhor do que estar casada e que a vida nunca mais seria tão boa. Não concordo nada. Gostei muito de namorar e claro que às vezes tenho saudades mas estou a adorar a vida de casada que não trocava por nada deste mundo. Costumo dizer que se soubesse já tinha casado há mais tempo. E na altura estava consciente que queria casar mas por outro lado não queria deixar de ser a filhinha da mamã, deixar de ser solteira e passar a ter a responsabilidade de ter uma família só minha e escolhida por mim. Sei que parece contraditório mas sempre que tomo decisões importantes tento não pensar a fundo em todos os prós e contras porque senão nunca tomaria nenhuma decisão. Penso que decido conscientemente mas sempre sem ir muito ao fundo da questão para não ficar indecisa. Agora quero acreditar que tal como no casamento a minha vida familiar vai enriquecer ainda mais. É óbvio que a Mariana já é a minha vida, a minha alegria. E quanto à minha vida a 3 espero que se venha a fortalecer ainda mais porque sempre quis ter uma família grande tal como aquela em que nasci e cresci. Quando as pessoas me dizem que nada vai voltar a ser como antes, acredito. Quero que seja ainda melhor. Estou feliz porque amo o meu marido, a minha filha e espero continuar a ser muito feliz neste meu cantinho que é a minha família. Aquela que eu escolhi para viver a minha vida. Com muito amor...

4 Comments:

At 21/6/05 09:49, Blogger Rita said...

ola

acho q tens toda a razao em tudo o q escreveste neste post.
eu ainda tenho essas duvidas todas, deixar de ser filha...para ser mae...mas sempre q a minha filha se mexe eu lembro-me q afinal ser mae tb e maravilhoso.
tb adoro a vida a dois(so n gosto de fazer certas coisas em casa, cozinhar por exemplo)mas isso divide-se por os dois.
e sim se formos pesar os pros e contras de tudo o q fazemos, assim n viviamos nada....
estamos quase a conhecer a nossas princesas.....eu ainda n acredito que estou quase a ser uma mae a 100%????
ainda tenho tantas duvidas....tb te acontece?
jinhos
rita

 
At 21/6/05 14:26, Blogger Rita said...

que bonito :)
sabes que eu tb conheci o Nuno pela net?
é giro ver a quantidade de coincidências que acontecem nas nossas vidas e nas de outras blogueiras.
e tenho a certeza que com a chegada dessa bebé a tua vida vai ser ainda mais preenchida e mais feliz!
Beijinhos

 
At 21/6/05 15:57, Anonymous Anónimo said...

ola

já algum tempo que visito o teu cantinho com frequencia, mas até agora nunca tinha tido coragem para deixar um comentário, só que hoje ao ler o teu post revi-me em todas as tuas incertezas.
Eu estou casada há 2 anos o meu marido quer muito um filho e no fundo eu tb até porque sempre adorei e adoro crainças, mas o medo da mudança é enorme assim como todas as duvidas, e muitas vezes dou por mim a pensar que ele me acha uma egoista ( porque no fundo é o que eu sinto que estou a ser, mas o teu post fez-me pensar no assunto de outra maneira,

Muitas felicidades para voces.

 
At 23/6/05 16:23, Blogger Ana Rangel said...

É claro que sabemos quem são... ;)

Tudo a correr bem...

Beijinhos!

 

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