segunda-feira, julho 21, 2008

Do meu aniversário (dia de início de trabalho de parto)

Logo de manhã, enquanto eu tomava banho, a Mariana perguntou-me se podia cantar a canção da mana (que costumávamos cantar à noite). Parecia que adivinhava que seria a última vez que a cantávamos antes da irmã nascer.
Levei-a à escola e ela ficou a chorar. Acalmou-se no colo da educadora. Saí com o coração nas mãos e fui almoçar com a minha mãe e estive também com o meu avô. Passei a casa da minha tia e estive a combinar com ela o jantar do meu aniversário (escolhi o restaurante à "última hora" porque para além de ser segunda feira e estar quase tudo fechado, queria certificar-me que não estaria já no hospital e que não festejariam sem mim). Convidei o resto da família que já estava alerta para a eventualidade de não haver festa. Depois decidi que seria uma boa altura para ir tratar de mim e fui esticar o cabelo (visto que estava sozinha e não tinha nada para fazer, nada melhor que mimar-me). As senhoras lá do cabeleireiro não acreditaram quando lhes disse que a Matilde estava para nascer. Disseram-me que com certeza ela ia ser muito pequenina e que eu só tinha barriga.
Aproveitei para ir comprar duas ou três coisas que faltavam lá em casa para o Pedro não ter que ir às compras na minha ausência. Encontrei uma amiga grávida de 33 semanas que me achou "demasiado feliz" para quem estava para ir ter bebé. Estivemos a conversar bastante tempo. À saída encontrei um primo e nova conversa.
Fui para casa preparar um desenho com balões (que a Mariana adora) e um pequeno texto para colocar na cama da Mariana, para à noite o Pedro lhe ler. Escrevi um também para o Pedro e escondi-o também na nossa cama. Revi todos os pormenores da casa para verificar que ficava tudo pronto para a minha ausência. Sabia que quando regressasse a casa já seria com a Matilde nos braços. Descansei um bocadito e despedi-me da casa. Quando o Pedro chegou até me perguntou se já me estava a despedir. Sorri. Tinha a certeza que sim.
Fomos buscar a Mariana e eu estava radiante. Fomos para consulta e eu só conseguia sorrir. Só que o médico estava atrasado (e eu tinha ligado a confirmar a hora) que comecei a passar-me. Porque tínhamos marcado o jantar do meu aniversário cedo para ter a certeza que ainda festejava.
Por volta das 19.40 lá entrámos e estive a fazer ctg. O coraçãozito dela batia certinho e as contracções não estavam registadas porque mexi-me e aquilo saiu do sítio. Passámos à sala de observação e ele disse-me que o colo estava favorável mas que ela estava subida. Que por isso não sabia se ela nasceria entretanto, mas que em comparação com o que aconteceu no caso da Mariana que seria bem possível. Mais um toque, que não doeu nada.
Disse-me que a Mariana era uma criança muito bem disposta e que se via que era muito feliz. Eu disse-lhe que devia ser porque tinha andado feliz na gravidez dela e que esperava que o que se passou nesta gravidez não se reflectisse na Matilde. Ele indignado disse-me que as gravidezes tinham sido iguais, eu é que na da Mariana a tinha levado com demasiada ligeireza (eu nunca tinha visto isto sob esse prisma).
Saí da consulta, despedindo-me até 6 semanas depois (revisão pós parto) mas ainda marquei outra consulta para a quinta feira seguinte (embora tivesse o feeling que já não iria). Fomos comprar o bolo e fomos para o meu jantar de aniversário. Eram 20. 15 m e começava ali a recepção à minha menina...

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1 Comments:

At 22/7/08 00:02, Blogger minhavidaemfamilia said...

Reconheço tão bem esse feeling de "despedir da casa"... A vossa família é lindíssima. Beijos.

 

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