sexta-feira, maio 30, 2008

Saudades

Nos últimos dias tenho visto e revisto fotos da altura do nascimento da Mariana. Confesso que há muita coisa que tendo sido hà tão pouco tempo, já não me lembrava. De ela ser tão pequena. De nascerem tão frágeis. De cuidados que nestas idades agora já não temos, mas que nos recém nascidos temos que ter. Acho que é bom poder ter algum tempo para me ir preparando para esta grande mudança na minha vida (Eu já sabia que me esquecia de muita coisa sobre recém nascidos porque aconteceu-me o mesmo depois de ter ajudado a cuidar da Helena. Quando a Mariana nasceu, parecia que era tudo novo).
Uma das coisas que quando a Mariana nasceu nunca pensei dizer, era que iria ter saudades de amamentar. O caminho foi tortuoso até as coisas normalizarem. Chorei muito. Tive muitas dores, febre e afins. Só nunca pensei em desistir. Lembro-me de pensar que a preparação para o parto, devia ser antes a prepararação para a amamentar. De me sentir diferente quando lia blogs onde tudo corria às mil maravilhas. Ainda hoje, quando leio uma recém mamã a passar pelo que eu passei, não fico indiferente. Normelmente dou-lhe o meu testemunho de esperança. As contas finais de 25 meses de amamentação. Do prazer que isso se tornou para as duas. Daqueles momentos.
Mas mesmo assim tenho medo que história se repita. As dores, os choros, os medos, etc.
A outra coisa que mudou, é que eu dizia que só amamentaria retirada, sem estar aos olhos dos outros, mas ao fim de alguns meses, a Mariana começou a tirar a fralda que nos "protegia" e como não comia quase nada, começou a exigir mamar em qualquer local. Passei a amamentar em sítios públicos, tentando ser discreta, claro. Desta vez, sei que assim será também. Andarei de "mama ao léu" durante muito tempo, se as coisas correrem bem. E tenho muitas saudades...

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2 Comments:

At 31/5/08 17:20, Blogger Dianamãe said...

os olhares indiscretos são problema de quem olha, nunca deve ser problema ou incómodo de quem é olhado, e isto serve para tudo, para quem tem alguma deficiência, ou outra coisa fora do banal e rotineiro.

Eu gostava que fosse olhado com espanto (como eu o faço) quando vejo quem por opção não quis amamentar o seu filho recém nascido e faz no meu de um qualquer centro comercial o biberon com pó científico e água.
Porque tenho consciência que o colostro é das coisas mais importantes que podemos dar a um filho, dar-lhes a vida é o mais fácil e simples que podemos dar aos nossos filhos, depois é onde reside a diferença entre pais e pais.
Não quero com isso dizer que são menos ou melhores pais, não. Só que muitas vezes me lembro do ditado "dá Deus nozes a quem não tem dentes..."
Irrita-me quando só ouço pessoas a queixarem-se de falta de dinheiro para comprar isto e aquilo, e esquecem-se que muitas coisas já vêm com a "embalagem" com que nascemos, e isto tanto pode ser o leite materno como o lado bom das pessoas.

Jinhos grandes e se passares por algumas dificuldades com a amamentação, te garanto que a experiência que já trazes de teres amamentado antes te vai ajudar imenso.
Foi assim comigo, até com a subida do leite, com as gretas (mas para aqui o mercado sofreu actualizações e consegui um Cicamel que me curou as gretas, ao fim de 3 meses de amamentar o meu 2º filho).

 
At 1/6/08 04:20, Blogger Beth said...

A minha história também foi meio complicada, a Beatriz recém nascida não pegava no peito, teve icterícia, tivemos que voltar correndo para interná-la em uma UTI Neo, 4 dias depois da alta, e ela só foi aprender a mamar com 1 mês. Já passei por mtas fases difíceis do leite chegar mto perto de secar, e sofri... Não foi fácil, mas faria tudo e mais um pouco novamente se fosse preciso. Ela tem 10 meses, ainda mama (como algumas pessoas dizem espantadas) e eu não tenho a mínima pressa de "cortar" esse nosso vínculo de tão profundo amor.

Bjos mais que solidários.

 

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