À hora de almoço, numa bomba

Fui pôr gasóleo e carreguei nos botões da quantia que queria. 25,00 euros. Aparece-me marcado 25,o1. Vou para pagar e a rapariga que estava a atender, ignora o meu "boa tarde", e continua na conversa sobre a vida dela ou não sei de quem, com uma senhora. Faz-me o gesto como quem diz "passa para cá o cartão" e introduz a quantia na máquina. Continua na conversa, até a outra senhora ir embora. Aproveito para educadamente lhe dizer que queria perguntar-lhe porque é que se marcamos 25 euros, nos aparece 25,01. Começa a dizer que não sei quê do sistema analógico. Eu digo-lhe que não pode acontecer isto. Se as pessoas marcam um valor é esse valor que tem que ser abastecido. Diz-me que se pagasse com dinheiro não me pedia o cêntimo. Explico-lhe que não é essa a questão. Começa a divagar num tom de quem tem a lição bem estudada que os técnicos dizem que tem a ver com o valor do gasóleo estar sempre a mudar. Mostro-lhe por "a mais b" que nós consumidores não temos nada a ver com isso e que me parece uma explicação pouco convincente. Começa a levantar-me a voz e eu peço-lhe que fale mais baixo que me estou a sentir ofendida. Modera o tom. E lá me vai dizendo mais uma vez que se eu pagasse com dinheiro não me pediria o cêntimo. Explico-lhe que não tem a ver com um cêntimo meu, mas sim com o de toda a gente que se vê obrigada a pagar mais do que o que queria. Para isso não seria necessário marcar o valor a abastecer. E constato também que em dinheiro fica mais barato abastecer que com cartão. Volta a dizer-me que se fosse com dinheiro não pagava o cêntimo. E acrescenta heroicamente que quando pagar com cartão, posso pedir para não pagar o cêntimo. Explico-lhe que isso não resolve a situação do contador não estar correcto. Continua com aquilo dos técnicos, e o analógico e o facto de em dinheiro não pagar o cêntimo.
Não peço o livro de reclamações porque acho que apenas servem para situações realmente graves. Resigno-me com o facto de ela me ignorado no início, de me tentar dar explicações pouco convincentes e de achar que eu só queria o cêntimo de volta, e termino a conversa. Despeço-me com um obrigada e boa tarde. E saio com a sensação que não era a primeira vez que isto lhe acontece. Tinha a lengalenga já tão mecanizada que parecia nem sequer me estar a ouvir.
Moral da história: pagar o gasóleo com dinheiro fica mais barato. Não vale a pena tentar mudar o que o que não está correcto, mais vale remediar se alguém reclamar. E mais importante de tudo, quem anda certinho, é que está mal (sim, porque nunca ouvi daquela boca, algo parecido com "tem razão mas...").