Ainda a Bela e o Monstro

Ainda a propósito do tema do post anterior...
Costumava falar com minha mana Vera sobre a amamentação. Ela não acha normal algumas reacções de pessoas que não conseguem amamentar ou que não o fazem muito tempo. Porque ela foi uma delas e encarou isso (como quase tudo) de uma forma excepcional. Diz-me muitas vezes que tem pena mas não fez disso um bicho de 7 cabeças. Fico a pensar nisso. Lembro-me de pensar que ia amamentar por opção mas que se não conseguisse por algum motivo, tinha que ultrapassar. Porque o amor não se transmite só com o amamentar. No dar um biberon pode estar tanto ou mais amor que no amamentar. Tudo depende da forma como é encarado. Bem sei que amamentar traz outros benefícios mas quando não se pode, não se pode. Sem dramas. Se alguma vez tiver outros filhos que não possa, vou ter pena. Talvez porque já tive esse prazer. E lembro-me de pensar: pelo menos já amamentei 15 dias, mais tarde, um mês e assim sucessivamente. Hoje sei que estes 4 meses foram muito importantes. Mesmo que amanhã já não tenha leitinho.
Mas o que mais me choca é as pessoas medirem a nossa capacidade de sermos boas ou más mães consoante se amamentamos ou não. Como se ao dizerem : "Se calhar o teu leite não a satisfaz..." nos estivessem a rotular de "Mãe incompetente". Lembro-me de ouvir isto vezes sem conta quando a Mariana não mamava em condições porque adormecia. Eu nem me dava ao trabalho de explicar. A prova do contrário é que hoje as necessidades dela são maiores e (só) o meu leite satisfáz-la. Mas isso não faz de mim melhor ou pior mãe.