quarta-feira, junho 04, 2008

Só pelos sublinhados do post dá para ver que o médico não estava no seu perfeito juízo ou então deviam ser todos assim (ainda não decidi)

Depois do cansaço extremo que tenho sentido, e depois de me terem dito que os meus olhos denunciavam muito cansaço e que parecia que estava dopada, decidi averiguar donde podia vir esta sensação de "parece que fui atropelada por um camião". Medi as pulsações que estavam altíssimas. À noite medi a tensão e as pulsações. A tensão baixinha como sempre (uma das vezes 97/45), e as pulsações sempre acima das 100. Daí a sensação do coração acelerado, que tenho sempre que me sinto mais cansada. Sabendo que a hemoglobina/eritrócitos também não estão famosos, decidi ligar para o saúde 24. Enviaram-me para a urgência do hospital, porque na gravidez e com esta taquicardia, era melhor ser vista. Eram 11 e tal da noite e como o Pedro tinha que descansar e a Mariana também, decidi ir sozinha.
Depois da triagem e duma espera infinita (mesmo com o fax enviado pelo saúde 24) lá entrei para o consultório. Um médico novo, nortenho,(que até nem era feio de todo, que nós temos olhos na cara é para isso), atendeu-me. Expliquei-lhe que não sentia um cansaço normal. Que parece que estão 50 kgs a fazer-me força nos ombros e no peito. Que até deitada me sinto assim.
Quando lhe digo o que estou a tomar, começa a perguntar-me se sei para que é um dos medicamentos que o obstetra me prescreveu. Respondi-lhe. Manda-me passar para a marquesa de observação e vai ao simpósio ler sobre o medicamento. Observa-me, com o toque mais cuidadoso que alguma vez me fizeram. Quase não senti. Ouve o coração da Matilde e pergunta-me porque tomo aqueles medicamentos. Falo-lhe das contracções, etc, e ele diz-me que tenho realmente o útero muito curto e amolecido. Mas acha que como estou a chegar às 33 semanas e como nunca me viu antes para avaliar a evolução, que não é grave. Que devo fazer repouso mas do tipo, parar quando me sentir cansada, não andar de carro e "eventualmente não ter relações". Que acha que na minha profissão até devo trabalhar porque preciso mesmo de trabalhar (dito pelas palavras dele), com muita moderação. Que reparou que sou uma pessoa muito ciente deste processo todo e como tal posso avaliar até onde devo ir. Pôs-se ao meu lado a olhar com os olhos esbugalhados e um sorriso estranho que não consegui desvendar.
Entretanto enquanto me vestia, ele foi falar com uma médica mais velha. Chega ao pé de mim, com um ar triunfante, a dizer que o tal medicamento já não era do tempo dele porque tinha efeitos secundários e já não se utilizava muito. Que um dos efeitos era mesmo a taquicardia. Que não me retirava o medicamento porque o meu médico é que tinha que avaliar o benefício/risco. Mas que por ele, como estou a chegar às 34 semanas, devia parar tudo. Que não devia tomar uma dose tão grande de magnésio e que daí também vinha o cansaço de certeza. Parecia um puto a falar com entusiasmo do outro medicamento, que esse sim, era do seu tempo.
Disse-me que tinha que dormir no mínimo 9 horas e que tomasse alguma coisa para não ter insónias. Eu disse-lhe que já tomava muita coisa, e ele começou a dizer que o magnésio não era medicamento, era um sal, etc...
Mandou-me tomar o diazepam 5 mg. Ri-me (se ele soubesse que eu com 2,5 mg dormia 2 dias seguidos...) ou então o Valdispert. Quando me ri novamente, começou dizer que se calhar não me ia fazer nada.
Recapitulou tudo. E olhava para mim com um olhar que não consegui decifrar bem se era do tipo: " estás cansada aguenta-te que a gravidez é isto mesmo", se do tipo "vou continuar a conversa que assim não tenho que atender mais ninguém e não faço mais nada", ou ainda "depois daquelas velhas gordas que atendi primeiro deixa-me lá aproveitar para falar com alguém da minha faixa etária."
Juro que saí de lá com o mesmo cansaço. Mas com a ideia de deixar de tomar aquela porcaria de medicamentos que mal me deixam falar, andar ou respirar.

No fim disto tudo chego à conclusão que:
- O meu cansaço, tal como eu desconfiava vem dos efeitos secundários dos medicamentos, os quais supostamente já nem preciso
- A miúda estar atravessada não quer dizer que não entre em trabalho de parto e não tenham mesmo que a "ir buscar" (grande novidade que ele me deu)
- Se a minha filha nascer às 34 semanas, não faz mal (palavras dele)
no entanto,
- Não me importava que nunca me magoassem e fossem assim tão cuidadosos, como ele foi
- Ser observada por um médico novo e mais apresentável, é melhor que por um velho
- O médico era doido e não devia estar no seu juizo perfeito, ora parecia um cachopo, ora punha um ar sério de médico respeitável

Saí de lá sem saber se ligava ou não, ao que ele disse. Tem umas ideias completamente diferentes de todos os outros médicos que apanhei. Fala de outra maneira. Nem sei explicar. Só visto. Deve ser de outra geração de médicos.
A verdade é que já deixei o medicamento da taquicardia e o magnésio está a ser reduzido. O outro, o tal do tempo dele, já tinha deixado porque não me segurava em pé (e na Segunda-feira já tinha falado disso com o meu obstetra).

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1 Comments:

At 4/6/08 16:44, Blogger Unknown said...

Rico médico :)

 

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