segunda-feira, abril 21, 2008

Um dos melhores presentes desta gravidez

Todas as Terças-feiras vamos jantar a casa da minha tia I., uma das 3 irmãs da minha mãe. Não sei precisar desde quando, mas parece-me que foi desde sempre (sei que foi algures desde que a minha mãe ficou doente). A minha tia que é uma super cozinheira que faz excelentes receitas e experimenta novos doces. Quase todas as semanas para além disso, tem um miminho para as meninas. Raras não são as vezes que nos faz ou chapéus ou malas com uma perfeição que só aquelas mãos super habilidosas conseguem. Agora está a fazer uma vestido com casaco e manta para a Matilde. Já perdi a conta a tudo o que fez para a Mariana.
As noites são muito divertidas. Somos nós 7, a tia I. e o padrinho A., o meu afilhado D. e o primo C. e a A. com o M. de 4 meses. Comemos, conversamos, vimos fotos, televisão, rimos e contamos peripécias. Quase sempre há histórias que nos levam às lágrimas de tanto rir. Ultimamente temos rido muito com o facto de a minha tia sexagenária (sexoagenária, não é tia?) andar na net como se de uma adolescente se tratasse.
Lembro-me de sempre ter visto a minha tia como uma pessoa muito especial. Que escolhia poemas e me escrevia postais com eles. Que canta fado como poucos fadistas e até "que a voz lhe doa" (às vezes fora de tempo, não é tia?).
Uma terça feira destas disse-me que tinha um presente para mim. Foi buscar um poema de Ary dos Santos e disse-me que o ia lcantar-mo (o Paulo de Carvalho adaptou-lhe uma melodia) como se fosse o Pedro a dedicar-mo. Naquele momento passaram-me muitas coisas pela mente. E fiz força para não chorar. Pelo gesto da minha tia, pelas palavras lidas e cantadas com tanto sentimento. Por o que senti ao ouvir aquelas palavras que pareciam escritas para esta minha gravidez. Para mim. Para nós.
E o resto da noite foi de levar às lágrimas de riso, pelas palhaçadas do primo C. e da mana Vera com as letras dos poemas do Ary dos Santos.
Por muitos anos que viva, nunca vou esquecer este presente para a minha Matilde. Para mim, pela minha gravidez. Obrigada tia. Adoro-te (Ok, padrinho, a ti também. Que tens o mérito de a aturar, eheheh).

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