Mariana e a chupeta da irmã

A Matilde surpreendentemente no dia do aniversário dela, deu-me as chupetas e disse-me que as ia dar ao Pai Natal para ele lhe trazer uma boneca cor-de-rosa. Já lhe tínhamos feito a sugestão de combinarmos uma data para ela deixar a chupeta mas ela tinha resistido. Uma amiga nossa falou-lhe nessa opção do Pai Natal no dia de aniversário e ela embora tenha inicialmente dito que não queria, ficou a pensar e depois assim decidiu fazer. Tudo bem. Nunca mais pediu, nem mesmo pelo facto de o Pai Natal ter demorado um pouco mais a trazer-lhe a tal boneca (no Verão o Pai Natal deve ver-se à nora para achar bonecas cor-de-rosa).
Em Outubro, apercebeu-se que havia muitos amigos da escola que ainda usavam chupeta. E que a grande amiga R. andava quase todo o dia de chupeta na boca. Um dia estava mais carente e começou a chorar a dizer que queria devolver a boneca ao Pai Natal e ter de volta a chupeta. Eu disse-lhe que não era possível. Que o Pai Natal tinha levado a chupeta para um bebé que não tivesse chupeta. A Mariana estava connosco e perguntou-me imediatamente :
-" Oh mamã, mas é mesmo verdade que o Pai Natal levou a chupeta para um bebé? Mas ela não tinha embalagem. Eu acho isso um nojo."
Eu lá lhe dei uma palestra sobre esterilização, blá, blá, blá, porque não queria retirar o que tinha dito para não lhe antecipar a descoberta da não existência do Pai Natal. Deixá-la acreditar enquanto for possível. Ela, do alto dos seus 6 anos:
-" Olha mamã, mesmo com isso tudo da esterilização, eu acho que dar chupetas a outros meninos sem embalagem, é um nojo."
Falou e disse. Eheheh.