segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Resultado do referendo

Ouvi os resultados e não consegui sentir o sabor de uma vitória. Porque hoje não era disso que se tratava. Não de festejar ou lamentar mas de acreditar. Acreditar que demos um (pequeno) passo em frente. (Que com tempo, visto que não acredito que isto mude já "amanhã") a mulher possa ser mais informada, aconselhada e possa decidir com apoio. Que possa voltar atrás na sua decisão. Que possa pensá-la e repensá-la às claras e com ajuda. Que possa, em último caso não ter esse filho. Mas que ao tomar essa decisão tenha esgotado todas as outras opções. Que não chore em silêncio, solitária. Que não seja discriminada e julgada por não ter a capacidade de poder naquele momento aceitar e disfrutar da oportunidade de conceber uma vida. De reproduzir o milagre de ser mãe.
SIM, porque vida, para além do "amontoado" de células e dum coração a bater, é amor. A vida começa quando a mulher sente que está ali um ser que vai conseguir amar, cuidar e acarinhar, mesmo que não o faça desde o primeiro momento. Não consigo pensar em vida sem amor. Tal como não consigo conceber um projecto sem motivação ou dedicação. Como se o sangue "fluisse" com a vibração e a ansiedade da primeira ecografia e o coração "batesse" com o delírio do primeiro pontapé.
Em pleno séc XXI, acredito que vida seja muito mais que carregar no ventre por obrigação , ter para não ser julgada, para depois descurar ou abandonar. Mesmo que possa vir a haver a possibilidade de um dia (bastante) mais tarde ser amado por "outros pais".
Se a vida começa com a fecundação, então que essa vida seja plena desde esse momento. Só a essa situação se poderá chamar verdadeiramente, vida.

1 Comments:

At 12/2/07 08:54, Blogger T said...

Subscrevo inteiramente.
BJs

 

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