quinta-feira, janeiro 25, 2007

Referendo II

O que ainda me faz confusão no decorrer destas campanhas do sim e do não(e no seguimento do post de 19 de Janeiro, porque parece que ainda deixei algo por dizer):
Ponto 1b- Que quem defende a vida (e muito bem) me venha dizer que uma vida é vida se for saudável, e deixa de o ser, se for portador de anomalia ou fruto de uma violação. Podemos aceitar "matar essas vidas" mas as outras (as saudáveis), não? Desculpem mas não compreendo. Quem defende o não, deve defendê-lo sempre.
Ponto 2b- Eu sou contra a toxicodependência e nunca na minha vida coloquei sequer a questão de experimentar drogas. Mas tendo em conta que este mundo não é perfeito e existem toxicodependentes, eu não sou contra usarem dinheiro dos meus impostos para terem clínicas de reabilitação para eles (acreditem que acho que há para aí dinheiro empregue noutras coisas bem piores). É melhor terem onde se reabilitar, do que andarem por aí a matar, a roubar, ou a desencaminhar outros. E não me parece que por existirem estas clínicas, as pessoas se metem na droga voluntariamente a pensar: "Ya, agora há clínicas de reabilitação, toca a meter-me na droga". Parece-me um pensamento um bocado absurdo. E consigo extrapolar esta situação para a questão que vamos a referendo no dia 11.
Ponto 3b- Parece-me que o facto de esta questão ira referendo, é porque algo está mal. Não se faz referendo sobre prender ou não um homicida. É porque há vontade (mas não coragem dos políticos para tomar uma decisão, porque isso envolveria muitas situações e muitos votos nos seus partidos) que algo mude. Na minha opinião, ficar tudo como está é que não. Volto a dizer que é um problema de saúde pública. Se querem prender as mulheres depois, que as prendam. Mudem a pergunta, mudem a lei, mudem o que quiserem, mas não se continue a deixar morrer mulheres desta maneira. E não me venham dizer que se gasta dinheiro a equipar isto e aquilo. Já existem abortos legais, já existem materiais e equipamentos. Pior é o dinheiro que se gasta a tratar uma infecção decorrente de abortos feitos em condições miseráveis ou a deixar morrer mulheres. Porque ficando tudo como está, o aborto continuará a existir, as mulheres salvo raras excepções não são presas ( e então de que serve esta lei?) e continuarão a morrer com infecções como no séc XII. Querem prendê-las depois de o fazerem, tudo bem, mas não continuem a permitir que elas morram assim.
Ponto 3??- E em jeito de aparte ainda me hão de explicar que raio de números são esses (uns que dizem que sobem o número de abortos, outros que dizem que descem), se não há dados reais actualmente. Baeiam-se em quê? Detesto que nos tentem enganar com demagogias ( e continuo a afirmar que os números valem o que valem. Depende da forma como queremos que sejam interpretados e para que lado queremos "puxar").
Ponto 4- E já agora se queremos ir ao fundo da questão e analisar tudo: a pílula do dia seguinte (também) pode ser abortiva e está a venda em qualquer farmácia. A lei deve nestes casos ser igual para todas, ou não? Então, toca a meter este tipo de aborto no mesmo "saco" (que é como quem diz, na mesma lei).

1 Comments:

At 25/1/07 12:20, Anonymous Anónimo said...

se é ilegal como queres que existam números reais!
quem os faz esconde-se para não ser presa.
esses números para mim são inventados.

que há muito boas clínicas com portas por trás dos armários, ah isso há.

jinhos

 

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