sábado, agosto 29, 2009

Trinta



A única memória que tenho de existirmos apenas nós duas foi há precisamente trinta anos. De te ver feia e pequenina, nos teus 51 cms e 3400 kgs. Agarrada à minha mamã. E uma relação que começa assim, pode demonstrar-se conturbada. Chegaste, roubaste-me o papá e a mamã. Eras feia e choravas muito e muito alto. Eras maria rapaz e não brincavas às minhas brincadeiras sempre mais intelectuais do que físicas. Batias-me com o aspirador.
Como eu sempre fui uma rapariga simpática, lá fui dando o benefício da dúvida e aprendi a perdoar-te teres aparecido para me destronares. Amoleceste-me o coração e a verdade é que 30 anos depois nada faria sentido se não tivesses existido sempre. Um pouco mais bonita (Mas não muito. Ou melhor, linda de morrer. Não dizem que as minhas filhas são parecidas contigo?), és uma força da natureza. Um vulcão permanentemente em ebulição. E já não te imagino doutra maneira. À tua maneira. E amamos-te assim.
Trinta anos. Parabéns mana Rita. Que tenhas uma vida muito feliz e longa.

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