Estranho mas verdade
Na segunda feira como continuava com febre e tosse, depois de tentar contactar a pediatra fui ao SAP. Enviaram-nos para o hospital onde estivemos até cerca das 17 horas (depois conto porquê).
Não posso deixar de registar alguns momentos e tecer alguns comentários.
A sala cheia de miúdos ciganos que não paravam quietos e iam a acompanhar 2 bebés com as respectivas mães e um "embutido". Chega um senhor que já tinha lá estado antes dos ciganos chegarem e exclama a altos berros: "Que cheiro. Está aqui um cheiro. Cheira mesmo mal."
Continuava a sala cheia dos mesmos ciganos, chega uma tia (mas altamente tia) e começa a telefonar e a dizer para quem quisesse ouvir: "Oh pá, ainda por cima, isto está cheio de ciganos. Foscasse(não sei como se escreve mas queria que vissem a entoação que ela lhe deu)."
A senhora que atende no SAP, enquanto a Mariana lhe fazia charme: "Ai que bebé tão linda. Tão linda. Até parece impossível. Impossível não, mas que é linda é. Blá, blá, blá... (E eu a pensar: ai deves ter sido promovida hoje para estares com essa boa disposição. Está bem que eu acho a minha filha linda mas não vamos exagerar...)
Estava eu muito sossegada no meu lugar e começa um senhora com um bebé de mês e meio, enquanto se ia aproximando: "Ai ela é tão linda, tão branquinha. O meu tem mês e meio mas vai ser mulatinho, é mistura de raça. Tem estas borbulhas, estás a ver? E febre, também tem febre."
Sentou-se na cadeira ao lado com o bebé (que vim a saber que se chamava Luqueni) e a mãe dela sentou-se na outra cadeira , do outro lado. Eu com um calor infernal, há 5 horas com a Mariana ao colo, e elas lá iam contando que não tinham trazido o "ovo" do carro, que o miúdo já pesava 5 kilos e tal e media 56 cms, a perguntarem quanto pesava a Mariana e como é que ela só pesava 8 kilos e meio. E continuavam a falar comigo como se me conhecessem desde sempre e sempre a chegarem-se cada vez mais para cima de mim e "ai que ela é mesmo branquinha, mesmo linda".
Até que chegou o Pedro. Acho que não consegui disfarçar o cansaço e ainda lhes consegui dizer que as borbulhas do menino não me pareciam ser nada de especial. Que só era estranho também ter febre.
Quando entrei com a Mariana novamente para colocar o quarto saco para recolha de urina só ouvi a médica pelo intercomunicador: Luqueni Coni Pereira ... O outro médico ria-se: "Estás a gozar, ele não se chama isso..."
E riam-se os dois.
Só me fez lembrar quando nos HUC, enquanto estudante, alguns professores nos mandavam chamar o sr. "António Cherne" e o sr. se chamava António Pescada. Só para terem tema de risota o resto da tarde.
Uma criança deixou uma cadeira de rodas encostada a um canto. Uma senhora ia a passar, tropeça na cadeira e exclama a alto e bom som, no meio daquelas crianças todas: "Filha da p... ."
"Olha, o meu Luqueni não tem nada. É acne. Isto passa"
(E o meu palpite da febre inventada para recorrer à urgência hospital para tirar dúvidas em relação às borbulhas, mantem-se).
Moral da história: quando a minha filha crescer, as urgências hospitalares são um sítio a evitar (por vários motivos, mas também pelo que se "aprende" lá).
4 Comments:
Não posso escrever muito. tenho o vasco ao colo a brincar e estou morta de riso com o quê??? Luceti?????????
Beijinhos
Urgências seja onde fôr são sempre uma "festa"...mas odeio as mães e avós que comentam os pesos e alturas e larguras ( arghhhh ) e que se vêem colar a nós com umas conversas de seca, e que ainda por cima me dizem como na ultima vez: então o seu já teve alguma doença??? é que acho que o meu tá com varicela... ( então não se importa de o tirar de cima do meu???)
Essa do nome é que me mata!!!
De riso claro!
Beijinhos e as melhoras
Coni???
Raio de nome, nem a um cão eu dava um nome desses....gostos!
Como está a Mariana?
Ok, ok! Para esquecer. Mas o mais importante não disseste, o que se passa com a Marianita?
Espero que esteja tudo bem!
Beijinhos
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