Demasiadas saudades

Não pudeste ver a Mariana nascer. Nunca saberás como é bom abraçá-la ou sentir o seu cheirinho. Nunca a ouvirás a chamar-te avô. Não vais poder contar-lhe historias ou levá-la a passear como tu tanto gostavas.
Como foste capaz de nos deixar? Tu que sempre foste o meu grande e eterno amor. Tu que sabias que quando partisses uma parte de mim morreria para sempre. Não podias partir e deixar-nos... E tu que nunca quiseste partir... Tu que amavas a vida... Sei que adorarias ter sido um avô como foste um pai. E eu tenho tantas saudades tuas.
Tenho saudades dos teus telefonema diários enquanto estava a estudar. Tenho saudades de te ligar a toda a hora para te contar novidades. Tenho saudades dos passeios que demos, das conversas que tivemos. Tenho saudades da tua energia e do teu amor pela vida, dos teus conselhos, dos teus abraços, dos teus beijinhos. Tenho saudades da forma como demonstravas o amor que tinhas por nós, da tua paciência e da tua bondade. Tenho saudades dos teus cozinhados, das festas que dávamos para os amigos. Tenho saudades da tua voz, da tua cara, dos teus braços que me abraçavam na rua enquanto passeávamos. Tenho saudades de chegar de Coimbra e saltar para a vossa cama e ficar ali a falar pela noite dentro. Tenho saudades de desabafar contigo e de te ouvir.
Todos os dias penso em ti. Todos os dias tenho tantas saudades tuas que nem o tempo as consegue acalmar. Hoje choro por ti papá. Amo-te como sempre e para sempre...