segunda-feira, agosto 01, 2005

Um mês de ti

Este mês foi o mais emocionante da minha vida. Depois de seres vista na maternidade pela pediatra que disse estar tudo bem contigo (embora eu te achasse um pouco amarela a médica disse que era normal e que se não aumentasse que não havia problema), liguei ao papá e preparámo-nos para vir para casa. Só fiquei triste porque o A. não teve alta e a mamã dele fartou-se de chorar porque tinham que ficar mais um dia lá na maternidade. Nesse dia o leite "subiu-me" e estava tipo vaquinha, inchada e com algumas dores. Mas estava feliz, vinha para casa contigo. Ao sair da maternidade lembro-me que te desejei toda a sorte, saúde e amor para enfrentares o mundo que estavas prestes a conhecer. Fomos a casa da avó Dete e da avó Lurdes e só chegamos a casa à noite. Entrámos em casa com o papá Pedro e eu a segurar-te para te darmos as boas vindas. Lembro-me de chorar agarrada ao papá porque depois de todos os medos, tinha corrido tudo bem e estavas aqui connosco na nossa casa, que passou a ser também a tua casa. Os primeiros dias foram complicados e aceitamos todas as ajudas que se disponibilizaram: as refeições em casa da avó Lurdes, etc. Ainda bem que o papá tirou aqueles 5 dias porque a parte da amamentação foi muito complicada para mim. Continuavas a não saber mamar muito bem e a demorar muito, o que levou a que os meus mamilos ficassem macerados. Tive dores horríveis. Tu não sabias pegar no mamilo, choravas e "escarafunchavas" enquanto eu desesperava. Lembro-me de pensar que te amava muito mas que detestava ser mãe porque tinha a sensação que estava a ser uma má mãe. No dia 6 fomos fazer o teste do pezinho (não choraste muito), pesar-te e a Coimbra registar-te. Foi um momento muito importante: já existias oficialmente. Nesse dia à noite o papá correu as farmácias todas da zona com a tia Vera à procura duma bomba para tirar leite porque eu já não aguentava com dores nos mamilos. Passavas 2 e 3 horas seguidas a mamar e eu estava a desesperar. Eu tinha a noção que não era correcto mas choravas tanto quando eu te tirava a mamita (porque eras muito preguiçosa a mamar) que eu deixava-te estar o tempo que querias. No dia seguinte, fazia anos e chorei com dores e desesperada a manhã inteira. Depois o papá comprou a bomba e o Purelan e as coisas melhoraram. À noite já estava superfeliz e com outra disposição. Foi um aniversário especial por já existires. No dia seguinte fomos ao peso, onde se iniciou uma saga que te descreverei noutro dia. Acabámos o dia no hospital e ficámos bem mais descansados. Voltámos ao hospital 2 dias depois porque o teu umbiguito estava a deitar sangue. Não era nada de especial mas andei num estado de nervos tal... O papá só dizia que isto era só o início... Na semana seguinte o papá foi trabalhar e eu também fui 2 dias. Custou-me tanto "deixar-te". Fomos à tua primeira consulta na pediatra. Na semana seguinte o papá ficou de férias e depois do meu trabalho fomos até ao Luso ( prenda dos meus anos da avó Lurdes e das tias). Adorámos e tu fartaste-te de passear. Aliás, tens passeado muito desde que nasceste e adoras andar de "cu tremido". Às vezes é a forma de te acalmares e de não quereres comer a toda a hora. És uma comilona de primeira (a quem sairás?). Viemos depois passar o aniversário do papá a casa e voltámos às nossas férias, desta vez para Cinfães e Sta Maria da Feira. Gostámos muito deste descanso e domingo regressámos. O papá já foi trabalhar hoje mas à noite cantámos-te os parabéns (enquanto dormias) e comemos um bolito para festejar o teu primeiro mês. Neste mês cresceste tanto: Já estás muito mais atenta a tudo, já fixas mais o teu olhar em nós e nos objectos. Já passas muito mais tempo acordada e já estás também muito mais mimada (sua marota). Adoras o banho desde o primeiro dia mas não gostas de mudar a fralda. Exceptuando um ou dois dias, não tens cólicas e só choras (e muito) quando tens fome. Tens um choro muito feminino e que me aflige imenso. Não posso ouvir-te chorar que me parte o coração. Fico derretida com o teu olhar meigo, com os teus olhos rasgados, grandes e cinzentos, lindos. Quando sorris fazes duas covinhas que me deliciam. Toda a gente diz que és a cara chapada do papá( sua ingrata, quem é que te carregou 9 meses?). És um amor e eu não me canso de te "esmagar" com beijinhos.

3 Comments:

At 2/8/05 14:15, Anonymous Anónimo said...

Parabens fofinha... sabe tão bem ler tudinho.. palavra a palavra e ver que no final estás sempre feliz e grata por teres a tua bebe perto de ti... dá para ver que sofreste ainda um pouquinho, e são exactamente esses os meus medos.. de ter problemas em lhe dar mama. Mas tudo vai acabar por correr bem. E tenho a certeza que tambem vou amar todos esses momentos, apesar de sofridos.. :) beijinhos grandes**

 
At 2/8/05 17:15, Blogger Clara said...

Adoro ler os teus textos, por tudo.
beijinhos e parabéns para todos ;)

 
At 3/8/05 23:20, Blogger Ana said...

Aquele ar de felicidade da Mariana ao ao mamar é o que precisas para confirmar que não és de todo uma má mãe.
Também esses pensamentos me passam pela cabeça, mas ao ver a minha filhota aparentemente tão feliz dá para esquecer logo de seguida.
Beijocas

 

Enviar um comentário

<< Home