10 de Novembro

Há um ano acordei e como já estava constipada há uns dias decidi tomar medicação. Como era (supostamente) o primeiro dia da menstruação (sempre fui muito certinha), e tinhamos iniciado os treinos nesse mês decidi ir comprar o teste antes de tomar qualquer coisa. Já sentia o peito dorido e acordava algumas vezes para ir à casa de banho. Já desconfiava também que estava grávida porque desde o dia a seguir àquela noite (que penso que a Mariana foi concebida) que tinha uma dor horrível na zona do ovário direito. Fui à farmácia e corri para casa. Nervosa fiz o teste e não consegui olhar. Esperei os três minutos e voilá... Sorri, chorei. Seria capaz de tamanha responsabilidade? Estaria mesmo grávida? A risca era tão ténue. Estava feliz. Conseguira.
Aguentei o dia todo sem dizer ao Pedro (e como custou). À noite disse-lhe para não fazer jantar (saí tarde) e fomos jantar fora. Há uns dias que só me apetecia bacalhau com natas. Ele uns dias antes tinha lido qualquer coisa na net acerca de testes de gravidez com riscas azuis e rosa serem positivos ou negativos (já não me lembro bem). Durante o jantar mostrei-lhe o teste. Ficou a olhar petrificado. Aquele era roxo. Ele não percebeu o significado (homens...) . Perguntou-me se era positivo, ao que eu acenei que sim . Íamos ser papás. Seguiu-se uma explosão de alegria. Um ano depois a minha pequenina acordou (como sempre) com uma sonora gargalhada. Fui buscá-a. Escrevi este texto com ela ao colo a relembrar a manhã de 10 de Novembro de 2004. Hoje estou ainda mais feliz que há um ano.